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A primeira coluna em uma revista ninguem esquece!

Foto do escritor: Leila Dienne MartínezLeila Dienne Martínez

Bah, nem sei por onde começar

O convite da Mariana Bertolucci me pegou totalmente de surpresa, confesso que rolou até um friozinho na barriga. Não sou jornalista ou escritora, mas falo para caramba e sempre gostei de escrever textos informais sobre todos assuntos pela minha ótica.

Como boa brasileira me viro nos trinta, e acho que essa é uma das qualidades do brasileiro que fascina o resto do mundo, nossa capacidade de adaptação.



Corniche de Doha com Skyline ao fundo, o antigo e o novo se confundem na paisagem da cidade

Fora do Brasil desde 2007, tive que me adaptar por cinco anos ao louco mundo Chinês, e agora me encontro há seis anos morando no país da Copa 2022, Catar. Talvez esse seja o encanto das pessoas, o que uma gaúcha faz num país muçulmano tão diferente da nossa cultura? Essa pergunta é a primeira que ouço quando pego um turista brasileiro no aeroporto, para quem não sabe eu sou guia de turismo em Doha. Parece que a minha história é mais interessante que a história do país. Super entendo essa curiosidade e confesso que seria a primeira pergunta que eu faria para um brasileiro que morasse por aqui. Pois se minha história inspira, esperem para conhecer sobre a história de superação desse país tão pequenininho chamado Catar.



Old Port , museu de Dhows - barcos antigos usados para o comércio de pérolas

Um país com achados históricos que antecedem ao Século XVII , que viveu de pesca e extração de pérolas até a década de trinta, quando descobriram o petróleo, e que se tornou o terceiro maior produtor mundial de gás natural nos anos 70. Descendentes de beduínos passaram por períodos de imensa pobreza quando o Japão e a China entraram no comércio de pérolas cultivadas.

Hoje encabeça a lista dos países mais ricos do mundo, segundo dados do FMI, com uma renda per capita de 128.702,8 USD. Imagine um país com a metade da área do Sergipe, dono da terceira maior reserva de gás natural do mundo. Conseguiu? Agora imagine todo esse dinheiro investido em saúde, educação, segurança , progresso e bem estar para o povo residente; e para completar livre de impostos. Parece um paraíso? Pois essa foi a pergunta feita ao antigo Emir do Qatar, Sheik Hamad Bin Khalifa Al Thani, pelo jornalista Scott Pelley da CBS News. E pasmem com a resposta do Sheik :

"Welcome to paradise"

Para nós parece surreal acreditar que isso exista, mas acreditem, existe.

Claro que existem vários aspectos negativos , a falta de vegetação é na minha opinião o que mais me incomoda. Pegar um carro e fazer uma road trip pelos países vizinhos também não rola , porque a única fronteira que o país faz é com a Arábia Saudita e por lá as regras são um pouco mais severas, prefiro não arriscar. Então para as viagens de fins de semana , feriados e férias a única saída é o aeroporto. Mas isso não é um problema porque a Qatar Airways , empresa número um no cenário mundial , cobre mais de 130 destinos em 70 países, isso deixa o país a pouco mais de seis horas de qualquer destino europeu ou asiático. Para vocês terem uma ideia somente para Londres existem seis voos diários durante toda semana, sendo que um deles é somente classe executiva e primeira classe. O voo dos sheiks como é conhecido.

Tudo por aqui é diferente, do animal de estimação até o carro mais consumido, passando pelo clima e obviamente pelas restrições religiosas.


Museu Arte Islâmica , projeto do arquiteto Ming Pei o mesmo que projetou a pirâmide de vidro do Louvre

O Catar é um país com 80% da população muçulmana, e como todo país muçulmano religião e política andam juntas. Portanto as leis são baseadas no código de conduta religioso(Sharia), o que determina o dress code local, restrição ao álcool, carne de porco, manifestação de carinho em público e por aí vai.

Sistema de governo é outra coisa que deixa o brasileiro passado por aqui. A palavra “golpe” tem feito parte da história do país desde os anos setenta, “ é um tal de filho que dá golpe no pai, que deu golpe no tio, e pasmem isso é normal.


Uma monarquia absolutista hereditária, mas com uma linha de sucessão diferente da convencional. A família Al Thani que está no poder desde 1825, escolhe entre os membros da própria família aquele que estiver mais preparado para assumir o país. Dessa forma a linha de sucessão não é linear. Vou exemplificar ! O atual Emir Sheik Tamim Bin (quer dizer filho, em árabe) Hamad Al Thani é o segundo filho da segunda esposa do Sheik Hamad, antigo Emir. Caso aconteça alguma coisa com o Emir no decorrer do mandato quem irá assumir será o filho mais velho da primeira esposa do Sheik Hamad, o primogênito e meio irmão do Sheik Tamim, no caso. Quando um Emir assume a família já escolhe um “vice” reserva.

Difícil se adaptar a tantas diferenças? Para alguns acredito que sim, no meu caso não foi; pois, estrangeiros não precisam seguir todas as regras só precisam saber respeitar a religião e manter os seus costumes dentro das suas casas e na casa de amigos. O que mais amo nesse país? Poder sair na rua sozinha em qualquer horário sem ser assediada muito menos assaltada.


Parafraseando o Sheik Hamad bin Khalifa Al Thani...bem vindo ao paraíso!

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